sábado, 29 de dezembro de 2012

Escolas "carimbadas" com notas do IDEB

Notícias

 
30 de novembro de 2012



Minas Gerais coloca placas com nota do Ideb nas escolas estaduais; medida divide especialistas

Rede estadual de Goiás e município do Rio já adotam iniciativa

 
Minas Gerais coloca placas com nota do Ideb nas escolas estaduais; medida divide especialistas
 
Mônica Salvador/SEDUC-GO



Mariana Mandelli

As escolas da rede estadual de Minas Gerais começaram a receber nesta semana placas informativas contendo os resultados do último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Até agora, 21 unidades de ensino foram contempladas e a ideia é que, até o início do ano letivo de 2013, as mais de três mil escolas administradas pelo estado recebam e instalem o painel.
Segundo a Secretaria de Educação de Minas Gerais, a escola escolhe o local onde fixar a placa, contanto que seja num ponto em que haja grande fluxo e de fácil visualização. Os índices mostrados referem-se aos resultados do Ideb no ciclo I e II do Ensino Fundamental, uma vez que o Ideb do Ensino Médio é calculado de forma amostral.
Minas não é o primeiro Estado a adotar a medida. Em agosto do ano passado, a rede estadual de Goiás também afixou placas com as notas do Ideb nas escolas (veja foto ao lado). Com a divulgação do índice de 2011, a secretaria afirma que os painéis estão sendo atualizados e fixados em um poste na calçada dos estabelecimentos de ensino. O próprio prédio da secretaria tem, em sua fachada, uma grande placa com os índices totais da rede.
Polêmica
A medida é um dos temas mais debatidos na Educação nos últimos anos. Controversa, a iniciativa divide opiniões sobre o impacto pedagógico e na gestão escolar. Enquanto alguns especialistas acreditam que a comunicação dos dados envolve e mobiliza a comunidade, a principal crítica dos que negam a eficácia da ação é que ela estigmatiza as unidades de ensino, impondo um rótulo que pode ser maléfico para a evolução dos processos de ensino e de aprendizagem.
“Não se deve expor. Os resultados das avaliações externas devem ser públicos, mas não dessa forma. Eles devem motivar projetos que melhorem a qualidade do ensino”, afirma Ruben Klein, consultor da Fundação Cesgranrio, membro da comissão técnica do Todos Pela Educação e presidente da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave).
Estudos já comprovam que as escolas com Ideb baixo normalmente atendem alunos de perfil socioeconômico baixo, vindos de famílias pobres e que dificilmente se engajariam nas mudanças necessárias. “Os pais não vão resolver tudo”, opina Klein.
O pesquisador também teme que a “etiqueta” do Ideb desmotive, além de alunos e pais, os profissionais que atuam na escola: professores, coordenadores e gestores. “Isso pode puxar todo mundo para baixo. Temos que apender a trabalhar os dados diagnósticos com as famílias sem criar esses rótulos”, diz.
Envolvimento
O município do Rio de Janeiro adota a medida há dois anos. As placas contêm os resultados consolidados do Ideb e do IDE-Rio, avaliação própria da rede, além de expor as metas estabelecidas pela avaliação nacional e municipal. Segundo Claudia Costin, secretária municipal de Educação do Rio de Janeiro, o Ministério da Educação (MEC) já enviava às escolas uma espécie de placa com os resultados do Ideb, sugerindo que fosse impressa e fixada na escola.
“Nós vimos e achamos a política interessante, antes de começar todo esse debate em torno da ideia”, afirma. “O Ideb é um grande avanço da Educação brasileira, que dá um retorno de como a escola se encontra perante à comunidade e como ela evolui em relação a ela mesma.”
Ela garante que as placas – que no Rio não são fixadas na porta da escola, mas em áreas internas – ajudaram a trazer o tema da avaliação para o debate entre professores e famílias. “Isso foi tematizado na reunião de pais, que ocorre uma vez a cada bimestre. Eles se identificaram com a medida e mencionam o Ideb, que agora faz parte da linguagem deles. É uma medida que faz sentido para eles e permite que eles participem mais”, afirma. “Nossas melhores escolas, com os resultados mais altos hoje, são as que colocam as placas em todos os lugares. Há casos de colégios que fixaram em todos os andares do prédio.”

Diagnóstico
O Ideb da rede estadual mineira para os anos iniciais do Ensino Fundamental atingiu a nota 6,0 em 2011, média que em que estão os países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e também a meta que todo o Brasil atingir até 2022. Minas Gerais também é o estado que tem a maior porcentagem de municípios com índice igual ou superior a 6 para essa fase da etapa de ensino: 36,7%, taxa que representa 284 cidades.
Nos anos finais do Ensino Fundamental, o Ideb da rede é de 4,4, o segundo maior do País (a média nacional ficou em 4,1). Já para o Ensino Médio, é de 3,9, enquanto o índice do País é de 3,7.

(Retirada do site www.todospelaeducacao.org.br/

Pois é...
Parece mesmo que cada vez mais a educação pública se aproxima do conceito de negócio, de mercadoria ou de produto à venda. 
Sabe quando você vai ao supermercado e procura os dados nutricionais dos produtos, data de validade, etc. 
Agora quando for procurar escola publica para seus filhos, vai encontrar lá um rótulo, um número que indica se ela é boa ou ruim. 
Acho isso mais um desacerto, mais um grande equivoco em nossa educação publica. Não sou contrario à aferiçao dos indices, mas esses números devem servir para que o poder público estabeleça ações para que essas escolas, com desempenho baixo, melhorem seus resultados. NUNCA exposições gratuitas que rotulem as escolas. 
Não se pode esquecer jamais que se essas unidades escolares apresentam esses indices, isso se dá exatamente pela ausencia de ações e melhores condiçoes de trabalho que deveriam ser oferecidas a diretores, coordenadores e professores.
                                                                                              Odair

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A Pré-Historia brasileira. Texto e testes



Leitura - Almeida Junior

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1 – A PRÉ HISTÓRIA

Se escolhermos a palavra Brasil para designar o território que hoje compreende mais de 8 milhões de quilômetros quadrados na América do Sul, devemos considerar sim que temos pouco mais de quinhentos anos de História, contados a partir da chegada dos portugueses em 1500. Aliás, nunca é demais relembrar que palavras como “Brasil”, “América” e “índios” são terminologias criadas dentro de um contexto de dominação europeia.
Porém quando aqui chegou, a frota comandada por Pedro Alvares Cabral não encontrou uma terra despovoada ou deserta. Os livros divergem sobre a quantidade (alguns citam um milhão e meio outros falam em até cinco milhões de habitantes), mas é fato que viviam aqui, há muito tempo antes do europeu chegar, centenas de nações indígenas com uma diversidade cultural muito grande. Para se ter uma ideia dessa diversidade, alguns estudos atuais apontam que cerca de 1.300 línguas diferentes eram faladas pelas muitas sociedades indígenas na época dos primeiros contatos com os europeus. 
Os primeiros povoadores da América
As primeiras ocupações humanas na América ainda são motivo de estudos e debates e não existem muitas informações conclusivas e consensuais sobre como chegaram e como viviam os primeiros habitantes do continente. Existem teorias mais aceitas que falam que o povoamento ocorreu através de ondas migratórias de populações que teriam se deslocando da Asia (atravessando o Estreito de Bering que na época estaria congelado) para a América do Norte ou da Oceania (navegando em pequenas embarcações pelo Oceano Pacifico) para a América do Sul. Estudos falam que esse processo teria ocorrido a aproximadamente 12 mil anos, mas existem muitas controvérsias sobre essas datas.
Com o passar dos anos essas populações foram se espalhando pelo continente e constituindo culturas com hábitos, saberes, língua e organização social bem diversas.
Na América central, por exemplo constitui-se grupos mais complexos, que podemos qualificar como civilizações organizadas em torno de cidades com diferenças sociais, práticas comerciais, organização politica com monarquias teocráticas e mentalidade imperialista como os Maias e os Astecas (atual México)
Pré-historia brasileira
Na região que hoje corresponde ao Brasil, as sociedades que aqui se constituíram tinham características tribais. Eram diferentes grupos que se organizavam em aldeias, vivendo da floresta de forma semi-nômade, onde o trabalho era coletivo (pesca, caça, coleta de frutos e raízes e pequenas roças), não haviam diferenças sociais evidentes, cultuavam-se divindades ligadas a natureza e a organização politica se limitava a chefes que detinham o poder principalmente em épocas de guerras. Essas características gerais poder ser atestadas através dos estudos arqueológicos desenvolvidos sobre os primeiros povoadores do nosso território.
Os primeiros sítios arqueológicos foram explorados ainda no seculo XIX pelo dinamarquês Peter Lund, que encontrou vestígios pre históricos na região de Lagoa Santa em Minas Gerais. Foi nessa região que se descobriu uma das mais importantes evidencias da presença humana no continente, um cranio feminino (apelidado de Luzia) datado de 11.500 anos.
No Piauí, porém, existem evidencias de ocupações mais antigas. Segundo o trabalho desenvolvido pela arqueóloga Niéde Guidon em São Raimundo Nonato, na Serra da Capivara, já existiam grupos humanos a cerca de 50 mil, embora nem todos os arqueólogos (sobretudo os norte americanos) concordem com essas datações.
Sobre esse importante trabalho desenvolvido por Niéde Guidon, observem esse documentário exibido em 1990 no programa Globo Ciência:
Portanto, a chegada dos europeus na América não pode ser interpretada como mero “descobrimento”, pois tal terminologia implica no entendimento de que teriam sido eles (os europeus) os primeiros a desbravar e povoar essas terras. Essa interpretação, denominada de eurocêntrica, ignora a existência de milhões de pessoas que aqui viviam com suas culturas e diferentes formas de organização politica e social.
O que deve sim ser considerado é que a chegada dos europeus mudou radicalmente essas culturas aqui constituídas. Se por um lado representou importante momento na Historia com o encontro de dois mundos diferentes (América e Europa) onde ocorreram interações culturais presentes até os dias atuais, por outro trouxe destruição e morte de extensas populações em função dos interesses econômicos, intolerância religiosa e doenças trazidas por portugueses, espanhóis, ingleses, franceses e holandeses ao longo de quase 350 anos de historia de dominação.

TESTES

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1) (UDESC) A pré-história do Brasil tem sido alvo de reflexões e pesquisas recentes, evidenciando a existência de populações numerosas, na configuração dos sambaquis.
A partir dessa afirmativa, é incorreto dizer que:
A - Os homens e as mulheres dos sambaquis se alimentavam exclusivamente da caça e coleta de frutos silvestres, o que levou ao extermínio, pela falta de alimento adequado.
B - No litoral do Brasil, que vai do Sul da Bahia ao Rio Grande do Sul, existem aglomerados de concha, chamados de concheiras ou sambaquis, em cujo interior se encontravam vestígios dos antigos habitantes.
C - Existem sambaquis com até 8 mil anos de antiguidade.
D - No litoral de Santa Catarina os sambaquis atingem proporções que impressionam, com até 30 metros de altura (o que equivale a um prédio de dez andares).
E - No interior dos sambaquis são encontrados esqueletos humanos, o que evidencia sua utilização para rituais funerários.

2) (UNESP/SP)Nos últimos anos, apoiada em técnicas mais avançadas, a arqueologia tem fornecido pistas e indícios sobre a história dos primeiros habitantes do território brasileiro antes da chegada dos europeus. Sobre esse período da história, é possível afirmar que:
A - as práticas agrícolas, até a chegada dos europeus, eram desconhecidas por todas as populações nativas que, conforme os vestígios encontrados, sobreviviam apenas da coleta, caça e pesca;
B - os vestígios mais antigos de grupos humanos foram encontrados na região do Piauí e as datações sobre suas origens são bastante controvertidas, variando entre 12 mil e 40 mil anos;
C - os restos de sepulturas e pinturas encontrados em cavernas de várias regiões do país indicam que os costumes e hábitos desses primeiros habitantes eram idênticos aos dos atuais indígenas nas reservas;
D - os sambaquis, vestígios datados de 20 mil anos, comprovam o desconhecimento da cerâmica entre os indígenas da região, técnica desenvolvida apenas entre povos andinos, maias e astecas;
E - os sítios arqueológicos da ilha de Marajó são provas da existência de importantes culturas urbanas com sociedades estratificadas que mantinham relações comerciais com povos das Antilhas e América Central.












domingo, 23 de dezembro de 2012

Primeiro post do blog

Pescando - 1894 óleo sobre tela - Almeida Júnior


Primeiro dia de férias e meu primeiro post do blog. Recorro à beleza de imagens, palavras e seus sábios significados ditados por quem de fato entendeu a simplicidade da vida.

Instantes

"Se eu pudesse viver minha vida novamente.
A próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito: me relaxaria mais.
Seria mais tolo do que tenho sido e de saída levaria a sério
muito poucas coisas.
Seria menos higiênico.
Correria mais riscos, faria mais viagens, contemplaria mais amanheceres,
subiria em mais montanhas, nadaria em mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca estive, comeria mais doces e menos
verduras, teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e prolificamente cada
minuto de sua vida – e é claro que tive momentos de alegria.
Mas, se eu pudesse voltar atrás, trataria de ter somente bons
momentos.
Pois, se não sabes, é disso que a vida é feita,
e não perca nunca o aqui e o agora.
Eu era um desses que não iam a nenhuma parte sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas.
Se eu pudesse voltar a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver, começaria por andar descalço
desde o início da primavera e seguiria assim até terminar
o outono.
Daria mais voltas pelas pequenas ruas, contemplaria mais amanheceres
e brincaria com mais crianças, se eu tivesse outra vez minha vida
pela frente.
Mas, perceba… tenho 85 anos… e sei que estou morrendo."

Obs: Durante muito tempo se atribuiu esse poema ao escritor argentino Jose Luiz Borges, depois de desmentida a autoria pela própria viúva do autor, passou-se a creditar essas linhas à escritora americana Nadine Stair .